Como ouvimos?

Entenda como ouvimos! A audição é um dos cinco sentidos que nos permitem interagir na sociedade. Porém, para ouvir, só os ouvidos não são suficientes!

 

Compreendendo o sentido da audição

A audição é um dos cinco sentidos que nos permitem interagir na sociedade, auxilia em nossa defesa, além de ser o principal meio pelo qual a linguagem oral é desenvolvida. Porém, para ouvir, só os ouvidos não são suficientes! A audição é um processo cerebral altamente complexo e bem diferente dos demais sentidos.

Enquanto o olfato, o paladar e a visão envolvem uma série de reações químicas, o sistema auditivo é baseado em movimentos físicos, e faz todo o sentido ser um processo físico! Lembrando que o som é a vibração de um meio (energia mecânica) gerada por uma fonte sonora, que pode ser o ar por exemplo. Nosso sistema auditivo é tão bom, mas tão bom, que o som pode ser percebido entre diferentes ambientes, por menor que seja a vibração.

Para facilitar a compreensão sobre como ouvimos, dividimos o sistema auditivo humano em duas partes:

1 – Sistema auditivo periférico: Orelha

2 – Sistema auditivo central: Cérebro

 

Sistema Auditivo Periférico: Orelha

A primeira parte, é organizada em três setores: orelha externa, orelha média e orelha interna. De modo geral, a orelha é responsável por captar os estímulos acústicos e os transformá-los em impulso nervoso.

O som (onda sonora) entra pela orelha externa, um tubo semifechado, e é conduzido até a membrana timpânica. O tímpano é uma membrana altamente sensível a variação de pressão, mesmo a menor variação é capaz de movê-lo, sons mais intensos movem a membrana mais rapidamente, enquanto sons mais fracos promovem menores mudanças. Essas variações são transmitidas aos ossículos, estruturas que fazem parte da orelha média, e pasmem: são os menores ossos do corpo humano!

Na orelha média ocorrem uma série de processos que protegem todo o sistema, filtrando o som com a finalidade de melhorar o sinal sonoro para o cérebro, principalmente o sinal de fala, e diminuir o ruído existente no ambiente. É um sistema reflexo. Os ossículos também potencializam a movimentação sentida pelo tímpano e a transmite para a cóclea (órgão interno da orelha interna). É aí que a mágica acontece.

Na cóclea ocorre um processo conhecido como transdução, nada mais é do que a transformação da energia mecânica (movimentação produzida pelas ondas sonoras) em energia elétrica (impulso nervoso). A partir deste momento entramos na segunda parte.

 

Sistema Auditivo Central: Cérebro

No cérebro o impulso nervoso percorre um longo caminho até chegar ao córtex auditivo. Ao longo deste caminho ocorre a sensação da percepção auditiva. Cada tipo de som gera um impulso nervoso diferente e cabe ao cérebro interpretar e elaborar uma resposta, seja ela reflexas ou conscientes.

É por isso que o cérebro tem papel fundamental na forma como ouvimos! Ele processa as informações sonoras que foram captadas pelas orelhas de acordo com a frequência, a intensidade e a duração desse estímulo sonoro. Quem escuta é o cérebro.

 

 

Embora o nosso sistema periférico (cóclea) esteja totalmente funcional ao nascimento, o sistema auditivo central é bastante imaturo, ele se desenvolve e se organiza durante a infância, ganhando estrutura a medida em que somos expostos aos sons, e essa transformação pode ocorrer durante toda a vida de uma forma bem menos expressiva. De tal modo, a ausência ou a exposição exagerada a sons pode comprometer a organização dessas estruturas cerebrais. Em caso de perda auditiva, os aparelhos auditivos e os implantes funcionam como um importante recurso que viabiliza a (re)organização da via auditiva central permitindo o (re)encontro ao mundo dos sons, modificando a forma como ouvimos.

 

Fga.: Marina Cavalcanti

CRFa.: 2-2178

 

Referência:

Tratado de Audiologia – 2. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015 – sessão 1.

Imagens:

Anatomia da Orelha (Imagem adaptada Grath, 2019). – ResearchGate

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